segunda-feira, 23 de outubro de 2017

O retorno do U2 ao Brasil.

U2 retornou a São Paulo seis anos depois do último show, em 2011, quando trouxe a turnê 360º. Desta vez, eles vieram para quatro shows (todos no mesmo Morumbi da tour anterior), algo inédito, o grupo trás a tour que celebra os 30 anos do seu álbum mais emblemático - The Joshua Tree.


A abertura ficou a cargo do renovado Noel Gallagher que, entrando cerca de uma hora antes, seria uma atração menor do que poderíamos supor, lembrando de sua história com o Oasis mas, não. Um Gallagher mais experiente e preparando seu terceiro disco da carreira solo, não se sentiu incomodado por abrir a festa, pelo contrário, na verdade, sentiu-se mais a vontade não sendo a atração principal, como fazia na antiga banda. 


Até mostrou algumas novidades como, o novo single "Holy Mountain" mas, só levantou a platéia quando lembrou dos velhos sucessos "Wonderwall", "Don't Look Back in Anger", "Half the World Away", "Little by Little" e “Champagne Supernova”, do Oasis. Outras composições, como “Everybody's on the Run”, “In the Heat of the Moment” e “AKA... What a Life!” seriam melhor recebidas mas, o show não era dele... ele estava apenas preparando para o quarteto irlandês e isso ele fez muito bem. O estádio já estava quase lotado quando ele desceu. 

E o U2 subiu ao palco menos de uma hora depois do inicio da festa com a conhecida e explosiva "Sunday Bloody Sunday" fazendo com que o publico cantasse junto os versos do hit.

A atual turnê, mostra um show eletrizante e com aqueles hits que marcaram a história do U2 (“New Year's Day”, “Bad”, “Pride (In the Name of Love”, por exemplo) e eles aproveitam um pequeno palco montado na Red Zone ficando assim, muito próximos da platéia, para só depois subir ao espaço principal. De lá, o disco The Joshua Tree é tocado na íntegra, do popular lado A (de “Where the Streets Have No Name”, “I Still Haven't Found What I'm Looking For”, “With or Without You”) às menos conhecidas “In God's Country”, “Trip Through Your Wires”.


Ficou muito bacana a forma como o U2 tenha resolvido tocar o clássico álbum de 1987 por inteiro e na ordem da gravação, ficando mesmo, a sensação de tributo ao trabalho que, simplesmente, transformou o grupo num dos mais influentes do rock mundial. O telão, como um pano de fundo e extensão do palco, reproduz durante o show, imagens da natureza (a árvore lembrando o título do disco), fotos antigas e atuais, mensagens políticas (contra Donald Trump, por exemplo) e outras lembranças deixando de mostrar os integrantes e valorizando o som da banda afinal, não eram os rostos já bastante conhecidos de Bono e The Edge que importavam mais.

O U2 continua privilegiando uma plateia elitizada e reduzida de fãs devido aos altos preços de ingressos e até por isso, performances mais sombrias e agressivas como "Exit" não receberam muitos aplausos. Já canções mais melódicase de letras menos agressivas pelas quais a banda é mais conhecida trouxeram mais alegria - de “Beautiful Day” a “With or Without You”.





O guitarrista The Edge continua enchendo o espaço com seus rifs e solos magistrais; o baterista Larry Mullen Jr. manteve a pegada de sempre (usou o tempo todo, uma camiseta estampada em português "Censura Nunca Mais"); Adam Clayton continua o mesmo protocolar e eficiente auxiliar; e, claro, Bono Vox, continua agradando com suas piadas e gracejos mas, também levantando a massa com suas chamadas políticas, contra opressores, etc. Como sempre. 

Além do antológico disco, claro, eles trouxeram de volta sucessos como "Elevation", "Vertigo", "One" e a nova "You're the Best Thing About Me".

Durante "Ultraviolet (Light My Way)" a banda homenageou a nossa cultura mostrando fotos, no telão, de Tarsila do Amaral, Irmã Dulce, Taís Araújo e Maria da Penha aparecendo ao lado de nomes como Ellen DeGeneres, Hillary Clinton e Angela Merkel. Bono já havia citado Cazuza e Renato Russo e reverenciado os nossos remédios genéricos durante uma breve cover de "Heroes" (David Bowie). 



Larry Mullen Jr critico como sewmpre.


Por fim, ficou claro que o U2 não se preocupou com velhas fórmulas ou sucessos de discos atuais, quis apenas reverenciar o seu mais conhecido e antigo trabalho. 

A única nota negativa é que, mesmo com uma tour mundial e quatro shows em São Paulo, não sobrou espaço para outras cidades. Pena mesmo...

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