segunda-feira, 16 de outubro de 2017

A incrível noite de Sir Paul McCartney - ou, o show que não deveria terminar nunca.

Além da empatia, carisma e vitalidade, Paul McCartney mostrou, no show de sexta-feira (13) à noite, em Porto Alegre que, além de tudo ele controla o tempo e o clima. O beatle simplesmente fez parar a chuva que castigava a cidade há dias e fez um dos melhores shows já visto por aqui. E ele tratou de ganhar a simpatia (como se precisa-se) com um "Oi, Porto Alegre! tudo bem?" em bom português. 

E para abrir a festa, veio com o clássico A Hard Days's Night , música que o músico nunca havia cantado em carreira solo e que já faz parte da turnê One on One que, passou por Porto Alegre, vai a São Paulo, Belo Horizonte e termina (a parte brasileira) em Salvador, na próxima sexta-feira (20). 

Nem deu tempo de cair alguma lágrima e ele emendou com uma antiga canção da banda mais famosa: Can't Buy Me Love, executada enquanto o telão mostrava imagens do início da carreira de John, Paul, George e Ringo. Aliás, o telão, em muitos momentos, torna o show  mais emocionante com imagens antigas (algumas inéditas) e capas dos melhores e principais álbuns (a de Sgt. Pepper's, por exemplo, ganhou uma versão animada).

Depois Got To Get You Into My Life, Paul resolveu sensualizar brincando com as fãs enquanto tirava o blazer, fazendo com que as mesmas soltasse alguns gritinhos e aplausos. Até arriscou algumas frases em gauches como  "tribom", "trilegal" e um "bah". 

A declaração de amor à amada Nancy também veio no idioma local: "Eu escrevi essa música para a minha querida esposa Nancy. Ela está aqui hoje", falou, antes de tocar ao piano a bela e romântica My Valentine, do álbum solo Kisses on the Bottom, de 2012. A canção tem um clipe igualmente bonito, em preto e branco, com Johnny Depp e Natalie Portman, que foi projetado nos telões. 

As canções da fase Beatles eram as que mais emocionavam o público mas, mas, ele não esqueceu (claro) da carreira solo. Maybe I'm Amazed, de 1970 e composta logo após o rompimento com a banda foi uma delas. 

As músicas que gravou com a banda The Wings também estão presentes. Let me Roll It e Nineteen Hundred and Eighty-Five são algumas delas, mas nada supera Live and Let Die. Uma encomenda para o filme Com 007 Viva e Deixe Morrer (1973), a canção ganha no palco um vigor impressionante e é durante sua execução que o show atinge o ápice da pirotecnia, com explosões, chamas no palco e fogos de artifício. Mas essa é uma exceção, afinal Sir McCartney não precisa de nada além de sua música para conquistar os fãs. Até a canção In Despite of All The Danger, composta ainda na época que John e Paul integravam a sua primeira banda, The Quarrymen, entrou no repertório. "Vamos fazer uma viagem no tempo", disse, convidando o público, antes de começar a tocar aquela que foi a primeira música gravada pelos Beatles segundo Paul e mistura um pouco de skiffle e rock. 

Com a balada seguinte, And I Love Her, ele arrancou, novamente, gritinhos do público quando, de costas, resolveu  rebolar para a platéia. A ótima Four Five Seconds, veio a seguir e está entre o soul e o pop, parceria de Paul com Rihanna e Kanye West mas, perde um pouco de sua força cantada sozinho. Vale a pena conferir a performance do trio.

Ali, já eram quase duas horas de show e o ex-beatle mostrava uma disposição inacreditável, principalmente para um cantor e músico de 75 anos. E ainda viria muita coisa pela frente - Eleanor Rigby; I Wanna Be Your Man; In the Benefit of Mr. Kite; Something e, claro, a indefectível Hey Jude, acompanhado pelo público. 

Voltando aos telões, os equipamentos impressionam pela incrível resolução, mesmo com quase cinco metros de altura e, na maior parte do tempo, mostram Paul cantando, tocando ou brincando com o pessoal. 

E assim, depois de 35 canções (algo inédito entre nós) e 3 horas de energia, o cara se despediu "Obrigado, gaúchos e gaúchas!", novamente em português. 

O clima foi tão bom que o ninguém lembrou das tempestades que nos atormentaram até poucas horas antes. 

Boa estada, Sir... e volte sempre!!!

A abertura do show ficou a cargo de Frank Jorge e Luciano Albo que executaram os maiores sucessos das bandas nas quais fizeram parte e de suas carreiras solos como por exemplo "Amigo Punk" e "Sob um Céu de Blues".

Parceiros de longa data e muitos sucessos com Os Cascavelletes, TNT, Tenente Cascavel e outros, já estão virando lenda afinal, os caras viveram e fazem parte de tudo de bom que aconteceu no sul do país em termos de boa música.

- Fotos de Evelin Altreiter Schneide

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Atenção pessoal que curtem um bom Rock'n Roll... tá chegando a hora do maior e melhor festival de rock do planeta! O Festival POA...