quinta-feira, 14 de junho de 2018

Geoff Emerick, engenheiro de som dos Beatles, faz palestra em Porto Alegre

Responsável pela gravação e masterização de álbuns de sucesso como "Revolver" (1966), "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" (1967) e "Abbey Road" (1969), Geoff Emerick o braço direito do produtor George Martin, vem a Porto Alegre falar sobre o seu trabalho em workshop.
– Não faço planos. Quando entro em um estúdio, não tenho ideia de como vou começar ou terminar. Costumo atuar sob um ponto de vista mais artístico do que técnico. Não digo como é preciso gravar uma coisa ou outra,  mas por qual motivo algo pode funcionar melhor com um instrumento ou outro, em uma tonalidade ou outra. Explicou o engenheiro.

Como na master class, Emerick não costuma seguir um roteiro nessas ocasiões. Mas deve narrar peripécias que realizou com Paul McCartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr. Ele lembra que Paul era mais profissional e objetivo, enquanto John falava por meio de metáforas. Para a faixa Tomorrow Never Knows (de Revolver), por exemplo, John queria que sua voz soasse "como o Dalai Lama pregando do alto de uma montanha". Emerick precisou desmontar um órgão Hammond e retirar seu alto-falante giratório Leslie, que servia como modulador do instrumento. Ao projetar a voz do beatle na caixa, conseguiu uma sonoridade intensa, mas distante e entrecortada.

Audio Porto / Divulgação
Emercik com seu Grammy, com George Martin, e Ringo Starr
– Naquela época, não existiam plug-ins, softwares de edição ou coisa parecida. Você precisava inventar as coisas. E nós queríamos criar algo novo. Não queríamos mais aquele som morno que todo mundo já havia alcançado. Havia um padrão como a EMI gravava seus discos, um modo de posicionar microfones e tudo mais, que estava sendo reproduzido há 10 anos. Os Beatles chegaram me provocando a conseguir algo a mais do que isso. Foi assim que começou uma postura mais criativa dos engenheiros de som – lembra Emerick.

– Vivo hoje em Los Angeles, onde o negócio da música é mais negócio do que música. É claro que há grandes músicos na cidade, além daqueles que vão até lá para gravar. O problema é que há muita confiança na tecnologia para ajudar os artistas. Por exemplo, usam aplicativos para afinar a voz, coisa que não gosto de usar. Quando o Grammy premia o melhor vocalista, está premiando um cantor ou um software? Para mim, isso soa engraçado, estranho. 

Direcionado para quem trabalha com áudio, o mesmo tem número de vagas limitadas e são fornecidas duas modalidades de inscrição, o Master Class Premium Studio e Master Class Premium Lounge. Serão três dias em imersão na produção de um single de um artista convidado, desde a microfonação, gravação, edição, até a mixagem.
A palestra de hoje (14), na Audio Porto, tem pocket show com Pedro Veríssimo e banda Marmota Jazz. Haverá tradução simultânea inglês-português disponível.

Palestra - 

Dia 14 de junho, das 18h às 22h, na Audio Porto (Câncio Gomes, 609, 3º andar - Floresta)
Ingressos
Lote promocional: R$ 160 (inteira) | R$ 80 (meia-entrada)
1º Lote: R$ 180 (inteira) | R$ 90 (meia-entrada)
2º Lote: R$ 200 (inteira) | R$ 100 (meia-entrada)
Workshop
Quando: Entre 16 e 17 de junho
Onde: Audio Porto (Câncio Gomes, 609, 3º andar - Floresta)
Ingressos
Entre R$ 1.750 e R$ 3.600 (em até 12x no cartão)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Atenção pessoal que curtem um bom Rock'n Roll... tá chegando a hora do maior e melhor festival de rock do planeta! O Festival POA...