quarta-feira, 15 de novembro de 2017

The Wall... a melhor turnê do Pink Floyd também foi a derradeira.

Em fevereiro de 1980, a melhor banda de rock progressivo de todos os tempos, subiu ao palco pela última vez. Era o encerramento de uma turnê que marcou para sempre como a melhor, mais eletrizante e a que mudou os rumos de todos os envolvidos porque mostrou ao mundo que Pink Floyd fazia parte do passado - não existiria mais.

Baseada no lendário álbum duplo da banda, The Wall (de 1979), a tour teve apenas 31 apresentações e em quatro cidades (Los Angeles, 7 shows; New York, 5; Dortmund, 8; e Londres, 11 vezes). E tudo porque os integrantes já não conseguiam conviver e muito menos trabalhar ou criar em harmonia.

Quando os músicos entraram mascarados a imagem que até então confundia o público, também mostrou toda a tensão do grupo. Mas, tudo se dissipou quando os verdadeiros Floyds (sem máscaras) apareceram no palco, a partir da segunda música: os fãs enlouqueceram com tanta emoção. The Wall é e sempre foi a visão de um Roger Waters que já conseguia viver com os demais e quis deixar a sua marca, através de um documento pessoal e autobiográfico.

Roger deixou evidente quando, logo depois da turnê "Animals", mostrou que já não conseguia dividir o studio com os demais, dispensando o ex amigo Rick Wright que tornou-se um mero contratado (quase um músico de apoio), já não passava os fins de semana com Nick Mason e, a derradeira letra do verso, David Gilmour chegou a gravar todas as suas passagens sozinho, lá no box 4 do Abbey Road.

Nada ia bem. Waters e Rick não conseguiam cruzar os olhos. Aliás, Waters insistiu para que Wright fosse demitido ou então ele deixaria a banda. Os demais optaram pela primeira hipótese, esperando que o baixista voltasse atrás. Mas, não foi assim que se resolveu e, então, Wright foi obrigado a deixar o grupo e foi contratado tanto para o álbum quanto para o tour.

Além dos dramas internos, teve também a questão financeira. Pink Floyd gastou demais, tanto na gravação do álbum como na promoção do mesmo. E quando chegou a hora da tour, só a infra-estrutura (logística, montagem de palco, som, etc) chegaram a quase dois milhões de dólares. Devido aos custos e ao tamanho da produção, a turnê teve apenas 31 datas e ocorreu em apenas 4 cidades. O primeiro show foi quase perfeito musicalmente, mas a cortina do palco pegou fogo nos primeiros 20 minutos do show. Todas as noites, a banda tocava todo o álbum "Wall", mesclada com outras como, por exemplo, "What Shall We Do Now?", "The Show Must Go On", "The Last Few".

Mesmo com todos os problemas, "The Wall" abriu caminho para shows maiores e super produções. Pink Floyd, mesmo em fim de carreira, mostrava que continuava à frente de seu tempo. Como sempre foi. 
Feitos as contas, os integrantes remanescentes acabaram compartilhando os custos e, ironicamente, o único músico que lucrou com a tour, foi o dispensado Richard Wright.  

Roger Waters recriou, em 2010, e vem executando uma segunda turnê 'The Wall' novamente mas, ao contrário da primeira que se usou apenas teatros fechados, dessa vez ele usou estádios e locações abertas - mais apropriado à sua obra prima. Ele chegou a declarar que, no início, evitou locais muito amplos por achar que um cenário de estádio iria prejudicar o tema 'distância entre artista e público' do álbum. Certo ou errado, o fato é que, a mudança permitiu que mais fãs pudessem participar da magia que é "The Wall".

O vídeo a seguir, é o original da banda e foi gravado durante a turnê. As imagens não puderam ser melhoradas mas, o som está impecável.


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